quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Timor: Uma sensação de Déjà Vu?

Mais uma vez, Timor nas bocas do Mundo e as razões disso não são as melhores de certo. Ramos Horta e Xanana Gusmão, as 2 maiores autoridades de Timor foram vítimas de dois atentados. Tudo indica que a acção concertada, conduzida por Alfredo Reinado e Gastão Salsinha, era uma tentativa de fuga para a frente por parte dos seus autores. Há quem ligue este acto à postura da Fretilin, que continua a não reconhecer legitimidade ao governo timorense. Custa a acreditar. Embora seja muito cedo para se tirarem conclusões, é para já uma situação lamentável e a condenar. Não se percebe como é possível levar a cabo actos destes havendo uma força militar internacional no terreno, activa, e a custar milhões à ONU. De acordo com o presidente do Parlamento timorense, que recentemente esteve em Lisboa, as forças internacionais nem sequer socorreram Ramos-Horta depois de este ter sido ferido. Foi ele próprio quem telefonou a pedir ajuda à GNR, que o levou para o hospital. Incrível. E porque são forças internacionais, nunca haverá nenhum apuramento de responsabilidades.
Mas existem algumas notas a apresentar:
Primeiro: parece efectivamente que a Fretilin tem razão sobre a legalidade na constituição expedita do governo. Ou seja, prevaleceu o somatório das minorias em detrimento de uma maioria, pese embora não ter sido absoluta!
Segundo: Os cowboys Reinado e Salsinha surgem aqui, de forma oportunista, para atrapalhar… E o Reinado pagou bem caro este descaramento!
Terceiro: Ramos Horta e Xanana Gusmão, têm que pensar que a estabilidade só se consegue “ganhando” também a população. Excluindo a apetecível exploração petrolífera, que projectos de vida terá aquele povo? Não bastará clamar pela presença da GNR para apagar fogos…
Quarto: ficamos com a ideia que paira a irresponsabilidade no ar, daqueles que deveriam gerir os destinos de Timor.

No meio disto tudo devemos louvar o trabalho da GNR no local, agindo de forma rapida, decidida e eficaz conseguindo travar o impeto dos atacantes. Mas curiosamente no seu país de origem, todos nós sabemos que normalmente eles agem exactamente da maneira oposta.. Como diria o saudoso Fernando Pessa, "E esta hein?"

1 comentário:

ElBetito disse...

Como se fosse possível acreditar numa história onde entra um gajo chamado Gastão Salsinha. Salsinha? Qualquer dia manda em nós um qualquer Pézinho de Coentrada...

Temos que soltar os pássaros! E já agora o Nelson Mandela...