As acções de fiscalização da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) são notícia praticamente todas as semanas. Rodeada de forte aparato policial, que até agora apenas víamos em acções relacionadas com a criminalidade violenta, a ASAE intervém em sectores tão variados que surpreendem o cidadão comum. Desde os vendedores de bolas de Berlim nas praias, aos criadores da amêijoa que julgávamos “fresquinha”, passando pela roupa contrafeita, nada escapa às malhas da ASAE. Há quem critique a forma de actuação em áreas aparentemente de somenos importância e alegue que é mais uma entidade do Estado destinada à caça à multa. Há quem defenda que hoje em dia qualquer área de negócio dificilmente negligenciará as regras básicas de relacionamento com o público. Afinal, estamos ou não mais seguros?
Por exemplo a obrigatoriedade do papel para limpar as mãos: será isto correcto do ponto de vista ambiental? E os detergentes com germicidas ou bactéricidas não vão afectar a fauna e flora das nossas águas?
Claro que tanto o uso de papel e especialmente de detergentes não ecológicos, além de ser muito prejudicial para o ambiente, provoca problemas de saúde a médio ou longo prazo, ora a questão é que a ASAE não tem pessoas com formação nesta questão, e certamente que nem fazem ideia do perigo que representa para a saúde a utilização de produtos químicos do mais variado tipo (plásticos, detergentes, etc etc) para a restauração e outros sectores. A ASEA pode ser útil e ajudar a prevenir certos problemas, mas também é uma associação que exagera um pouco na exigência das regras de limpeza, quase como se tudo tivesse que estar livre de quaisquer microorganismos, o que é impossivel e é até prejudicial à saúde, pois há microorganismos benéficos, e se não ingerissemos alguns não-benéficos, o sistema imunitário do corpo enfraqueceria muito. A ASAE precisa sim é de pessoas com mais formação nestes níveis.
As fiscalizações da ASAE são benéficas sem dúvida alguma, mas é importante estarmos em contacto com produtos e estabelecimentos com condições de higiene e segurança. No entanto, creio que por vezes há procedimentos exigidos pela ASAE que me parecem um pouco descabidos. Obviamente não vivemos num país rico e certas exigências e modificações pedidas pela ASAE levam à quase falência de estabelecimentos como cafés e restaurantes.
E relativamente a bolas de berlim, material contrafeito, etc., penso que os compradores estão consciencializados para como as coisas são produzidas e confeccionadas, portanto não sei até que ponto fazem sentido as fiscalizações a feiras e afins...
Uma coisa que critico e muito na ASAE, é que esta por norma é contra os mercados tradicionais de venda de legumes, verduras e frutas, que sempre existiram desde milhares de anos e não conheço casos de pessoas que tenham ficado doentes por comprar estes produtos, pelo contrário. Porque por exemplo para cúmulo da estupidez, estes alimentos não estão cobertos por plásticos e celofame (que por ironia fazem muito mais mal à saude que alguns microorganismos).É obvio que estes mercados tradicionais que em geral vendem produtos mais ecológicos e de maior qualidade dos que se apresentam nos supermercados, têm de ter um minimo de higiene, mas para a ASAE parece que higiene é sinonimo de esterelização, o que é ridiculo. E se até algo que está na nossa historia pessoal e colectiva está a ser alvo de "ataques" por parte desta entidade, não sei até onde mais pode chegar este excesso de zelo da ASAE.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
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1 comentário:
E depois, daqui a uns tempos, terás também o inspector do rabinho a ver se o lavaste bem antes de ir para a cama que isto de viver rodeado de bactérias é muito mau e os senhores preocupam-se muito com a tua bela vida.
Esquecem-se de fechar as fábricas de iogurtes que andam por ai a vender os l-casei-imunitas. 10 milhoes por frasco. 10 milhoes de bactérias prontas para se divertirem à grande no meio da merda.
Será que esses tais senhores sabem o que é uma charrua? Não creio;)
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