sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Serena Bravura Do Amor

Sentado numa rocha
Observo a serena bravura do mar
Clamando por mim.
A cada onda que se mistura com a areia,
A cada gaivota que se faz ouvir,
Lembro cada sorriso teu,
Cada palavra tua,
Cada toque teu na minha pele,
Elevando-me acima de qualquer mortal,
Tornando o silêncio desta noite deserta
Num corropio de sons,
De melodias dominadas pelo teu nome
Gritado em silêncio,
Por cada elemento que me rodeia.
Sonhando acordado,
Recordo-me de ti,
Do brilho da tua voz,
Do sabor do teu olhar,
Do som do teu toque,
Porque quando penso em ti
Tudo se inverte, tudo muda,
Tudo sai do seu devido lugar.
Pensar em ti, ver-te,
Ouvir-te, sentir-te,
Faz o meu mundo virar-se ao contrário

João Canais

Quem Somos Nós?

Por vezes somos obrigados a aceitar a vida tal como ela é,
Aceitar-mos a injustiça e a descrença por mais que nos custe,
Refugiarmos-nos nas incertezas e dúvidas do nosso sentimento,
Ambicionar que o futuro se torne no presente do passado.
Escutar-mos o chamamento do incerto e do desconhecido
E torná-lo na realidade da certeza e da virtude inquestionável
Por isso saluto que somos o que queremos e não o que querem,
Somos nós próprios, particularmente concretos e inigualáveis.
Não nos moldamos as situações, moldamos as situações a nós.
Quem somos então na realidade?
Somos os fazedores de sonhos, os construtores de vida.
Somos a antítese, a vida e a morte, o certo e o errado.
Somos o nosso próprio fado, o nosso próprio destino.
Somos... Quem nós quisermos ser.

João Canais

Quem é Barack Obama?


Um carisma ímpar, o dom da palavra, o à vontade diante das câmaras e uma mensagem simples: a mudança. Barack Obama acaba de escrever uma epopeia moderna: a história de um candidato improvável, que até há pouco tempo, poucos veriam na Casa Branca.
O próprio reconheceu, com humor, o carácter singular da sua candidatura durante a convenção democrata em Denver:

“Tenho consciência de que não sou o candidato mais provável para o cargo. Não entro nas categoriais habituais. Não fiz carreira nos corredores de Washington. Mas estou aqui diante de vocês esta noite porque há algo de excitante que cresce de uma ponta à outra da América.”

A própria história do senador do Illinnois é uma fonte de inspiração. Nascido em 1961 no Hawai, filho de um africano do Quénia e de uma mãe branca do Kansas, entra para Harvard onde termina os estudos de Direito. Em 2004 tornar-se o único representante negro no Senado, antes de se lançar nas primárias democratas. Barack Obama, o desconhecido teve como adversária, Hillary Clinton, favorita à vitória por uma larga margem.
Mas a equipa de campanha de Obama concentrou-se no trabalho de terreno e ganhou as primárias nos estados ignorados por Clinton. Durante dezanove meses, equipas de voluntários trabalharam arduamente para recrutar novos eleitores, mesmo no campo republicano. Uma máquina bem oleada. A recolha de fundos junto dos pequenos doadores foi um sucesso.
A campanha centrou-se sempre na mesma mensagem: a reconciliação dos norte-americanos para além das diferenças de raça, idade ou sexo:

“A única forma de resolvermos os nossos problemas neste país é através da união de todos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, novos, idosos, deficientes, gays, heteros. Penso que é isso que nos deve guiar”, afirmou Obama durante a campanha.
Candidato mestiço, Obama, deve muita à mulher, uma verdadeira representante da comunidade negra. “Sister Michelle” é o exemplo de uma integração bem sucedida.

“Digam-lhes como desta vez, neste grande país, onde uma rapariga de um bairro pobre de Chicago pode ir para a universidade, estudar direito. E o filho de uma mãe solteira do Hawai pode chegar à Casa Branca. Assumimos o compromisso de construir o mundo tal como ele deve”, lançou Michelle durante um comício.

Após ter unido o partido democrata, Barack Obama conseguiu até o apoio de Colin Powell que saudou a chegada de uma nova geração na cena internacional, vendo-o como uma figura transformadora, um presidente excepcional.
Obama talvez seja realmente o Dom Sebastião Norte Americano, mas pensando bem, não é só o deles mas também o nosso, de todo o mundo, porque a nossa economia depende da economia Norte Americana, porque a nossa segurança depende da segurança Norte Americana. Obviamente que nao sou ingénuo ao ponto de pensar que Obama é o salvador, que vai acabar com os males no mundo, com as guerras, com a fome, com a pobreza, que vai recuperar a economia global.... Não não sou, mas a segurança que este homem traduz ao se expressar, faz-nos sentir que talvez ainda haja esperança. Barack trouxe ao povo Norte Americano algo que não tinham há muito tempo. A capacidade de sonhar, a ambição da esperança em algo melhor, na mudança. Só por isso, podemos dizer que este homem já mudou o Mundo. Barack Obama traduz o verdadeiro sonho Norte Americano.

YES WE CAN

Barack Obama

Após a tomada de posse de Barack Obama como Presidente Dos Estados Unidos da América e antes de comentar esse mesmo facto e um pouco também da história de vida deste homem, gostaria de vos deixar o discurso de Obama na noite em que ganhou as eleições para o trono do mundo. Leiam, vejam os videos, ouçam o poder da voz deste homem, mas acina de tudo revejam-se em tudo o que ele diz.

"Boa noite, Chicago. Se ainda houver alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que ainda duvida do poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta. É a resposta dada pelas filas de voto que se estendiam em torno de escolas e igrejas em números que esta nação jamais vira, por pessoas que esperaram três e quatro horas, muitas pela primeira vez na sua vida, porque acreditavam que desta vez tinha de ser diferente, que as suas vozes poderiam fazer essa diferença. É a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, asiáticos, nativos americanos, homossexuais, heterossexuais, pessoas com deficiências e pessoas saudáveis. Americanos que enviaram uma mensagem ao mundo, a de que nunca fomos apenas um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e azuis.

Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América.

É a resposta que levou aqueles, a quem foi dito durante tanto tempo e por tantos para serem cínicos, temerosos e hesitantes quanto àquilo que podemos alcançar, a porem as suas mãos no arco da História e a dobrá-lo uma vez mais em direcção à esperança num novo dia.
Há muito que isto se anunciava mas esta noite, devido àquilo que fizemos neste dia, nesta eleição, neste momento definidor, a mudança chegou à América.
Há pouco recebi um telefonema extraordinariamente amável do Senador McCain.
O Senador McCain lutou longa e arduamente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e arduamente pelo país que ama. Fez sacrifícios pela América que muitos de nós não conseguimos sequer imaginar. Estamos hoje melhor devido aos serviços prestados por este líder corajoso e altruísta.
Felicito-o e felicito a governadora Palin por tudo aquilo que alcançaram. Espero vir a trabalhar com eles para renovar a promessa desta nação nos próximos meses.
Quero agradecer ao meu parceiro neste percurso, um homem que fez campanha com o seu coração e falou pelos homens e mulheres que cresceram com ele nas ruas de Scranton e viajaram com ele no comboio para Delaware, o vice-presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.
E eu não estaria aqui hoje sem o inabalável apoio da minha melhor amiga dos últimos 16 anos, a pedra angular da nossa família, o amor da minha vida, a próxima Primeira Dama do país, Michelle Obama.
Sasha e Malia, amo-vos mais do que poderão imaginar. E merecem o novo cachorro que virá connosco para a nova Casa Branca.
E embora ela já não esteja entre nós, sei que a minha avó está a observar-me, juntamente com a família que fez de mim aquilo que sou. Tenho saudades deles esta noite. Reconheço que a minha dívida para com eles não tem limites.
Para a minha irmã Maya, a minha irmã Alma, todos os meus outros irmãos e irmãs, desejo agradecer-vos todo o apoio que me deram. Estou-vos muito grato.
E ao meu director de campanha, David Plouffe, o discreto herói desta campanha, que, na minha opinião, concebeu a melhor campanha política da história dos Estados Unidos da América.
E ao meu director de estratégia, David Axelrod, que me tem acompanhado em todas as fases do meu percurso.
Para a melhor equipa alguma vez reunida na história da política: tornaram isto possível e estou-vos eternamente gratos por aquilo que sacrificaram para o conseguir.
Mas acima de tudo nunca esquecerei a quem pertence verdadeiramente esta vitória. Ela pertence-vos a vós. Pertence-vos a vós.
Nunca fui o candidato mais provável para este cargo. Não começámos com muito dinheiro nem muitos apoios. A nossa campanha não foi delineada nos salões de Washington. Começou nos pátios de Des Moines, em salas de estar de Concord e nos alpendres de Charleston. Foi construída por homens e mulheres trabalhadores que, das suas magras economias, retiraram 5 e 10 e 20 dólares para a causa.
Foi sendo fortalecida pelos jovens que rejeitavam o mito da apatia da sua geração e deixaram as suas casas e famílias em troca de empregos que ofereciam pouco dinheiro e ainda menos sono.
Foi sendo fortalecida por pessoas menos jovens, que enfrentaram um frio terrível e um calor sufocante para irem bater às portas de perfeitos estranhos, e pelos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários, se organizaram e provaram que mais de dois séculos depois, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desaparecera da Terra.
Esta vitória é vossa.
E sei que não fizeram isto apenas para vencer uma eleição. E sei que não o fizeram por mim. Fizeram-no porque compreendem a enormidade da tarefa que nos espera. Porque enquanto estamos aqui a comemorar, sabemos que os desafios que o amanhã trará são os maiores da nossa vida – duas guerras, uma planeta ameaçado, a pior crise financeira desde há um século.
Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos corajosos a acordarem nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para arriscarem as suas vidas por nós.
Há mães e pais que se mantêm acordados depois de os seus filhos adormecerem a interrogarem-se sobre como irão amortizar a hipoteca, pagar as contas do médico ou poupar o suficiente para pagar os estudos universitários dos filhos.
Há novas energias para aproveitar, novos empregos para serem criados, novas escolas para construir, ameaças para enfrentar e alianças para reparar.
O caminho à nossa frente vai ser longo. A subida vai ser íngreme. Podemos não chegar lá num ano ou mesmo numa legislatura. Mas América, nunca estive tão esperançoso como nesta noite em como chegaremos lá.
Prometo-vos. Nós, enquanto povo, chegaremos lá.
Haverá reveses e falsas partidas. Há muitos que não concordarão com todas as decisões ou políticas que eu tomar como presidente. E sabemos que o governo não consegue solucionar todos os problemas.
Mas serei sempre honesto para convosco sobre os desafios que enfrentarmos. Ouvir-vos-ei, especialmente quando discordarmos. E, acima de tudo, pedir-vos-ei que adiram à tarefa de refazer esta nação da única forma como tem sido feita na América desde há 221 anos – pedaço a pedaço, tijolo a tijolo, e com mãos calejadas.
Aquilo que começou há 21 meses no rigor do Inverno não pode acabar nesta noite de Outono.
Somente a vitória não constitui a mudança que pretendemos. É apenas a nossa oportunidade de efectuar essa mudança. E isso não poderá acontecer se voltarmos à forma como as coisas estavam.
Não poderá acontecer sem vós, sem um novo espírito de empenho, um novo espírito de sacrifício.
Convoquemos então um novo espírito de patriotismo, de responsabilidade, em que cada um de nós resolve deitar as mãos à obra e trabalhar mais esforçadamente, cuidando não só de nós mas de todos.
Recordemos que, se esta crise financeira nos ensinou alguma coisa, é que não podemos ter uma Wall Street florescente quando as Main Street sofrem.
Neste país, erguemo-nos ou caímos como uma nação, como um povo. Resistamos à tentação de retomar o partidarismo, a mesquinhez e a imaturidade que há tanto tempo envenenam a nossa política.
Recordemos que foi um homem deste Estado que, pela primeira vez, transportou o estandarte do Partido Republicano até à Casa Branca, um partido fundado em valores de independência, liberdade individual e unidade nacional.
São valores que todos nós partilhamos. E embora o Partido Democrata tenha alcançado uma grande vitória esta noite, fazemo-lo com humildade e determinação para sarar as divergências que têm atrasado o nosso progresso.
Como Lincoln disse a uma nação muito mais dividida do que a nossa, nós não somos inimigos mas amigos. Embora as relações possam estar tensas, não devem quebrar os nossos laços afectivos.
E àqueles americanos cujo apoio ainda terei de merecer, posso não ter conquistado o vosso voto esta noite, mas ouço as vossas vozes. Preciso da vossa ajuda. E serei igualmente o vosso Presidente.
E a todos os que nos observam esta noite para lá das nossas costas, em parlamentos e palácios, àqueles que estão reunidos em torno de rádios em cantos esquecidos do mundo, as nossas histórias são únicas mas o nosso destino é comum, e uma nova era de liderança americana está prestes a começar.
Aos que querem destruir o mundo: derrotar-vos-emos. Aos que procuram a paz e a segurança: apoiar-vos-emos. E a todos aqueles que se interrogavam sobre se o farol da América ainda brilha com a mesma intensidade: esta noite provámos novamente que a verdadeira força da nossa nação não provém do poder das nossas armas ou da escala da nossa riqueza, mas da força duradoura dos nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e uma esperança inabalável.
É este o verdadeiro génio da América: que a América pode mudar. A nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já alcançámos dá-nos esperança para aquilo que podemos e devemos alcançar amanhã.

Esta eleição contou com muitas estreias e histórias de que se irá falar durante várias gerações. Mas aquela em que estou a pensar esta noite é sobre uma mulher que depositou o seu voto em Atlanta. Ela é muito parecida com os milhões de pessoas que aguardaram a sua vez para fazer ouvir a sua voz nestas eleições à excepção de uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.
Ela nasceu apenas uma geração depois da escravatura, numa época em que não havia automóveis nas estradas nem aviões no céu; em que uma pessoa como ela não podia votar por duas razões – porque era mulher e por causa da cor da sua pele.
E esta noite penso em tudo o que ela viu ao longo do seu século de vida na América –a angústia e a esperança; a luta e o progresso; as alturas em que nos foi dito que não podíamos e as pessoas que não desistiram do credo americano: Sim, podemos.

Numa época em que as vozes das mulheres eram silenciadas e as suas esperanças destruídas, ela viveu o suficiente para se erguer, falar e votar. Sim, podemos.

Quando havia desespero e depressão em todo o país, ela viu uma nação vencer o seu próprio medo com um New Deal, novos empregos, e um novo sentimento de um objectivo em comum. Sim, podemos.

Quando as bombas caíam no nosso porto e a tirania ameaçava o mundo, ela esteve ali para testemunhar uma geração que alcançou a grandeza e salvou uma democracia. Sim, podemos.

Ela viu os autocarros em Montgomery, as mangueiras em Birmingham, uma ponte em Selma, e um pregador de Atlanta que dizia às pessoas que elas conseguiriam triunfar. Sim, podemos.

Um homem pisou a Lua, um muro caiu em Berlim, um mundo ficou ligado pela nossa ciência e imaginação.
E este ano, nestas eleições, ela tocou com o seu dedo num ecrã e votou, porque ao fim de 106 anos na América, tendo atravessado as horas mais felizes e as horas mais sombrias, ela sabe como a América pode mudar.

Sim, podemos.

América, percorremos um longo caminho. Vimos tanto. Mas ainda há muito mais para fazer. Por isso, esta noite, perguntemos a nós próprios – se os nossos filhos viverem até ao próximo século, se as minhas filhas tiverem a sorte de viver tantos anos como Ann Nixon Cooper, que mudança é que verão? Que progressos teremos nós feito?
Esta é a nossa oportunidade de responder a essa chamada. Este é o nosso momento.
Este é o nosso tempo para pôr o nosso povo de novo a trabalhar e abrir portas de oportunidade para as nossas crianças; para restaurar a prosperidade e promover a causa da paz; para recuperar o sonho americano e reafirmar aquela verdade fundamental de que somos um só feito de muitos e que, enquanto respirarmos, temos esperança. E quando nos confrontarmos com cinismo e dúvidas e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com o credo intemporal que condensa o espírito de um povo: Sim, podemos.

Muito obrigado. Deus vos abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América"

Fiquem então agora com um video que traduz isto por voz e um outro inspirado em Barack Obama, num dos seus esplêndidos discursos e passado para musica pelo vocalista dos Black Eyed Peas, Will I.Am.

DISCURSO NO DIA DAS ELEIÇÕES:



MÚSICA WILL I.AM:

sexta-feira, 30 de maio de 2008

O Constante Sobe e Sobe Do Preço Dos Combustivéis

O tema do momento em Portugal é claramente a constante subida do preço do gasóleo e gasolina, no debate realizado na Assembleia da República em 30/04/2008 Sócrates, após os preços dos combustíveis terem variado 18 vezes nos 4 primeiros meses de 2008, e face à pressão da opinião pública e da ANAREC (revendedores), afirmou que o governo mandara a Autoridade da Concorrência investigar a formação dos preços dos combustíveis. Manuel Pinho, em declarações feitas aos órgãos de comunicação declarou que "a Autoridade da Concorrência (AdC) deve esclarecer , com maior urgência , se eventualmente há factores que não decorrem do aumento dos custos de produção que possam estar na origem dessas subidas de preços", como não tivesse nenhuma responsabilidade nesta matéria.
Mas será que o governo, e nomeadamente Sócrates e Manuel Pinho, têm razões para manifestar surpresa e alegar ignorância sobre o escândalo dos preços dos combustíveis em Portugal como pretenderam fazer crer? Já por diversas vezes em varios estudos foi denunciado o escândalo que são os preços dos combustíveis cobrados pelas petrolíferas em Portugal serem superiores aos preços que vigoram na maioria dos países da União Europeia. E para isso esses estudos basearam-se nos próprios dados oficiais da Direcção Geral de Energia do Ministério da Economia, que Manuel Pinho e o próprio Sócrates deviam conhecer. No entanto, tanto o governo como a AdC nada fizeram até aqui.
Em Março de 2008, sem impostos , o preço do gasóleo em Portugal era superior ao preço médio na União Europeia em 0,7% e o da gasolina 95 em 3,5%. Mas existiam países, muito mais desenvolvidos e com custos mais elevados do que Portugal, onde a diferença era maior. Em Março de 2008, sem impostos , o preço do gasóleo em Portugal era superior ao da Inglaterra em 12,3%, e o do gasolina era superior ao da Suécia em 17,8%. Por outro lado, em Dezembro de 2007, com impostos , o preço do gasóleo em Portugal era superior em 0,9% ao preço médio da U.E-15 países, e o da gasolina em 6,2%. Também aqui se verificam grandes diferenças. Assim, o preço, com impostos , em Portugal da gasolina era superior em 24,7% ao de Espanha , e o de gasóleo era superior em 17,8% ao preço do Luxemburgo.
Entre 2006 e 2007, o preço médio do barril de petróleo aumentou 11,4% em dólares e 1,5% em euros, ou seja, o aumento em euros foi inferior em 7,6 vezes à subida em dólares. Se considerarmos o período Dezembro de 2007/Março de 2008, o aumento do petróleo em dólares atingiu 13,9% e em euros 7%, portanto a subida em euros foi praticamente metade do aumento registado em dólares. Se a análise for feita, não em percentagem, mas em unidades monetárias, conclui-se que, entre Dezembro de 2007 e Março de 2008, o preço do barril aumentou 12,69 dólares o que correspondeu a uma subida de 4,39 euros, portanto quase um terço do aumento em dólares. Para além disso, é sistematicamente esquecido, nas noticias que aparecem nos media, o facto de o combustível vendido num dia não ser produzido com petróleo adquirido nesse mesmo dia. Ele foi obtido de petróleo adquirido três ou seis meses antes, portanto a preço muito mais baixo, e isto é importante que todos os portugueses saibam.
O preço da gasolina e o gasóleo já variaram em Portugal, nos últimos 4 meses de 2008 18 vezes. Entre Dezembro de 2006 e Dezembro de 2007, o preço da gasolina 95 aumentou em Portugal 11% e do gasóleo 17,2%, enquanto o preço médio do petróleo em euros subiu, entre 2006 e 2007, 1,5%. Entre Dezembro de 2007 e Abril de 2008, portanto em apenas 4 meses, o preço da gasolina 95 subiu em Portugal 6,8% e o preço do gasóleo 12,7%. De acordo com a Direcção Geral de Energia, e são os últimos dados que se encontram disponíveis na sua página na internet, entre Dezembro de 2007 e Março de 2008, o preço do barril de petróleo aumentou em euros 7%. E tenha-se presente, como já referimos, mas não é demais repetir, que o combustível vendido num determinado dia não foi produzido com o petróleo ao preço desse dia , mas sim de três a seis meses antes, mais baixo.
Portanto é surpreendente que tanto Sócrates como o seu invisível ministro da Economia, Manuel Pinho, só agora tenham detectado o escândalo dos preços dos combustíveis em Portugal (em Portugal, não existe concorrência pois os preços praticados pelos diferentes vendedores são praticamente sempre iguais), mas será ainda mais surpreendente, e prova da conivência deste governo com os grandes grupos económicos petrolíferos, se a análise dos preços que a Autoridade da Concorrência vai fazer após tantos anos de actuação selvagem das petrolíferas conclua que não existe nada de anormal nos preços que praticam, como parecem já sugerir as declarações de Manuel Pinho. Já agora porque não a criação de uma autoridade reguladora para os combustivéis, como por exemplo a REN para a electricidade?

domingo, 24 de fevereiro de 2008

This Is Football?

O futebol é um desporto que arrasta multidões, que origina deslocações em massa, provoca emoções e sentimentos destintos, por um lado a tristeza, a raiva, o ódio e a revolta, por outro a alegria, a boa disposição e o orgulho. É o desporto rei mundial, com milhões de praticantes, adeptos, fãs, admiradores. É um desporto que nem sempre provoca consenso entre as pessoas, mas por isso mesmo é que é tão amado e tão visto e vivido por tantas pessoas. Um bom jogo de futebol pode ser um ponto de encontro de várias emoçoes, de amigos, de namorados, de familiares ou de simples desconhecidos, é uma festa.
Mas algo vai mal neste desporto, e eu ao olhar para as imagens e videos da terrivel entrada do jogador do Birmingham Martin Taylor sobre Eduardo da SIlva do Arsenal este fim de semana no dia 23, pergunto-me se valerá a pena amar tanto este desporto, se valerá a pena ir assistir aos jogos e apoiar a nossa equipa e os nossos jogadore.. Valerá?
Deixo-vos o testemunho deste horrivel e triste acontecimento e proponho uma reflexão pessoal de cada um.



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Eleições Norte Americanas...uffffa

Que verdadeiro enredo de um filme estas pré-eleições para as presidenciais Norte-Americanas...Até ao ínicio destas, muito provavelmente todos apostavam na nomeação de Hillary Clinton pelo lado democrata e Rudolph Giuliani pelo lado republicano, mas se Hillary correspondeu em certa parte ás expectativas já o antigo Mayor de Nova York desiludiu e muito com a sua politica vanguardista. Por exemplo do lado republicano Mc Cain confirmou se como o favorito, já Mitt Romney não foi aceito no Sul, por ser mórmon e pouco carismático. Parecia uma espécie de Kerry republicano - um candidato sem carisma imposto pelo partido. Carisma, por outro lado, é o que não falta a Obama, que está disputar intensamente com Hillary a nomeação, levando inclusive uma ligeira vantagem. Mas isso pode ser um problema para os Democratas. Vejam bem: o "dream ticket" para os Democratas seria Hillary como presidente e Obama como vice. No entanto, o Obama cresceu tanto que já não seria possível isso, um, porque Hillary teria medo de ser ofuscada pelo seu vice, dois, porque para o próprio Obama seria pouco interessante ser o terceiro nome no governo, já que na prática o vice da Hillary seria o Bill. Ele teria mais a ganhar se se elegesse governador e aguardasse as próximas eleições.
Há outra opção, é claro: o Obama vencer a nomeação. Uma das coisas interessantes sobre o Obama é que o seu carisma supera as questões raciais. O problema do Obama não é ser negro (na verdade, mulato), mas sim a sua política. Até agora, ele está sendo votado apenas na base de discursos vagos, e de um desejo de mudança pelo “novo”. Se fosse pelas suas idéias políticas concretas, estaria em último lugar, pelo contrário já a Hillary venderia a alma ao Diabo para ser eleita, isto é, se tivesse uma.
Para os Republicanos, o problema é distinto. A verdade é que nestas eleições não tiveram nenhum candidato de consenso, todos tinham os seus defeitos. McCain é odiado pelo establishment do partido. A idéia de um McCain com Huckabee de vice, embora interessante, já que garantiria também os votos do Sul, provavelmente não daria certo, primeiro porque o que o McCain ganharia entre os eleitores democratas por ser visto como mais "moderado", poderia perder tendo o Huckabee evangélico como vice. Mas a razão principal é que o establishment do Partido Republicano pouco gosta de Huckabee, que é visto como um populista. Em resumo: os republicanos estão divididos como há tempos não se via.De qualquer modo, numa final Hillary (sem Obama) versus McCain, o velho Mac tem boas chances. Num encontro com Obama, dá Obama com toda a certeza.
Minha aposta pessoal?

Obama vs McCain, com Obama a Presidente