domingo, 24 de fevereiro de 2008

This Is Football?

O futebol é um desporto que arrasta multidões, que origina deslocações em massa, provoca emoções e sentimentos destintos, por um lado a tristeza, a raiva, o ódio e a revolta, por outro a alegria, a boa disposição e o orgulho. É o desporto rei mundial, com milhões de praticantes, adeptos, fãs, admiradores. É um desporto que nem sempre provoca consenso entre as pessoas, mas por isso mesmo é que é tão amado e tão visto e vivido por tantas pessoas. Um bom jogo de futebol pode ser um ponto de encontro de várias emoçoes, de amigos, de namorados, de familiares ou de simples desconhecidos, é uma festa.
Mas algo vai mal neste desporto, e eu ao olhar para as imagens e videos da terrivel entrada do jogador do Birmingham Martin Taylor sobre Eduardo da SIlva do Arsenal este fim de semana no dia 23, pergunto-me se valerá a pena amar tanto este desporto, se valerá a pena ir assistir aos jogos e apoiar a nossa equipa e os nossos jogadore.. Valerá?
Deixo-vos o testemunho deste horrivel e triste acontecimento e proponho uma reflexão pessoal de cada um.



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Eleições Norte Americanas...uffffa

Que verdadeiro enredo de um filme estas pré-eleições para as presidenciais Norte-Americanas...Até ao ínicio destas, muito provavelmente todos apostavam na nomeação de Hillary Clinton pelo lado democrata e Rudolph Giuliani pelo lado republicano, mas se Hillary correspondeu em certa parte ás expectativas já o antigo Mayor de Nova York desiludiu e muito com a sua politica vanguardista. Por exemplo do lado republicano Mc Cain confirmou se como o favorito, já Mitt Romney não foi aceito no Sul, por ser mórmon e pouco carismático. Parecia uma espécie de Kerry republicano - um candidato sem carisma imposto pelo partido. Carisma, por outro lado, é o que não falta a Obama, que está disputar intensamente com Hillary a nomeação, levando inclusive uma ligeira vantagem. Mas isso pode ser um problema para os Democratas. Vejam bem: o "dream ticket" para os Democratas seria Hillary como presidente e Obama como vice. No entanto, o Obama cresceu tanto que já não seria possível isso, um, porque Hillary teria medo de ser ofuscada pelo seu vice, dois, porque para o próprio Obama seria pouco interessante ser o terceiro nome no governo, já que na prática o vice da Hillary seria o Bill. Ele teria mais a ganhar se se elegesse governador e aguardasse as próximas eleições.
Há outra opção, é claro: o Obama vencer a nomeação. Uma das coisas interessantes sobre o Obama é que o seu carisma supera as questões raciais. O problema do Obama não é ser negro (na verdade, mulato), mas sim a sua política. Até agora, ele está sendo votado apenas na base de discursos vagos, e de um desejo de mudança pelo “novo”. Se fosse pelas suas idéias políticas concretas, estaria em último lugar, pelo contrário já a Hillary venderia a alma ao Diabo para ser eleita, isto é, se tivesse uma.
Para os Republicanos, o problema é distinto. A verdade é que nestas eleições não tiveram nenhum candidato de consenso, todos tinham os seus defeitos. McCain é odiado pelo establishment do partido. A idéia de um McCain com Huckabee de vice, embora interessante, já que garantiria também os votos do Sul, provavelmente não daria certo, primeiro porque o que o McCain ganharia entre os eleitores democratas por ser visto como mais "moderado", poderia perder tendo o Huckabee evangélico como vice. Mas a razão principal é que o establishment do Partido Republicano pouco gosta de Huckabee, que é visto como um populista. Em resumo: os republicanos estão divididos como há tempos não se via.De qualquer modo, numa final Hillary (sem Obama) versus McCain, o velho Mac tem boas chances. Num encontro com Obama, dá Obama com toda a certeza.
Minha aposta pessoal?

Obama vs McCain, com Obama a Presidente

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Mais uma sugestão literária


"A Desilusão de Deus" de Richard Dawkins não é apenas uma brilhante obra de divulgação científica, a obra de Dawkins é também uma oportuna obra política. Numa época, em que o fundamentalismo religioso voltou a ganhar terreno, em particular através da progressão do islamismo no Médio Oriente e da ascensão ao poder nos EUA de uma das variantes mais fanáticas de protestantismo evangélico, Dawkins interpela-nos com toda a oportunidade sobre os perigos deste manifesto retrocesso civilizacional.

Deus não existe e as religiões são perniciosas e causadoras da maior parte dos males do mundo? Provar que a resposta só pode ser afirmativa é o objectivo desta obra, que ocupou o top de vendas na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.
Orgulhosamente ateu, o autor pensa que a maioria dos cientistas também o foram e são, dando o ateísmo um contributo fundamental para uma sociedade mais feliz, porque livre. Os argumentos filosófico-religiosos a favor da existência de Deus são de extrema debilidade.
Darwinista convicto, vê na selecção natural a chave de explicação da evolução, acabando com a ilusão de um Deus pessoal criador e de um “desígnio inteligente”.
Obra retumbantemente polémica, acusada de superficialidade unilateral e fundamentalismo cientificista, tem a pretensão de tornar ateus todos os seus leitores religiosos. Optimismo presumido e ingénuo, obrigará, de qualquer modo, os crentes a mais lucidez. É provavelmente umas das obras literárias mais polémicas dos últimos tempos, onde o autor defende copiosamente o seu "fanatismo" e quase que obriga os seus leitores, até os mais cépticos a repensarem a sua maneira de encarar a religião. Um livro que só por si tem o condão de mudar o Mundo. Uma obra-prima no que diz respeito a livros de introspecção pessoal e de opinião pessoal.


Mais uma leitura que aconselho. ;)

ASAE: Benéfico ou Prejudicial?

As acções de fiscalização da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) são notícia praticamente todas as semanas. Rodeada de forte aparato policial, que até agora apenas víamos em acções relacionadas com a criminalidade violenta, a ASAE intervém em sectores tão variados que surpreendem o cidadão comum. Desde os vendedores de bolas de Berlim nas praias, aos criadores da amêijoa que julgávamos “fresquinha”, passando pela roupa contrafeita, nada escapa às malhas da ASAE. Há quem critique a forma de actuação em áreas aparentemente de somenos importância e alegue que é mais uma entidade do Estado destinada à caça à multa. Há quem defenda que hoje em dia qualquer área de negócio dificilmente negligenciará as regras básicas de relacionamento com o público. Afinal, estamos ou não mais seguros?
Por exemplo a obrigatoriedade do papel para limpar as mãos: será isto correcto do ponto de vista ambiental? E os detergentes com germicidas ou bactéricidas não vão afectar a fauna e flora das nossas águas?
Claro que tanto o uso de papel e especialmente de detergentes não ecológicos, além de ser muito prejudicial para o ambiente, provoca problemas de saúde a médio ou longo prazo, ora a questão é que a ASAE não tem pessoas com formação nesta questão, e certamente que nem fazem ideia do perigo que representa para a saúde a utilização de produtos químicos do mais variado tipo (plásticos, detergentes, etc etc) para a restauração e outros sectores. A ASEA pode ser útil e ajudar a prevenir certos problemas, mas também é uma associação que exagera um pouco na exigência das regras de limpeza, quase como se tudo tivesse que estar livre de quaisquer microorganismos, o que é impossivel e é até prejudicial à saúde, pois há microorganismos benéficos, e se não ingerissemos alguns não-benéficos, o sistema imunitário do corpo enfraqueceria muito. A ASAE precisa sim é de pessoas com mais formação nestes níveis.
As fiscalizações da ASAE são benéficas sem dúvida alguma, mas é importante estarmos em contacto com produtos e estabelecimentos com condições de higiene e segurança. No entanto, creio que por vezes há procedimentos exigidos pela ASAE que me parecem um pouco descabidos. Obviamente não vivemos num país rico e certas exigências e modificações pedidas pela ASAE levam à quase falência de estabelecimentos como cafés e restaurantes.
E relativamente a bolas de berlim, material contrafeito, etc., penso que os compradores estão consciencializados para como as coisas são produzidas e confeccionadas, portanto não sei até que ponto fazem sentido as fiscalizações a feiras e afins...

Uma coisa que critico e muito na ASAE, é que esta por norma é contra os mercados tradicionais de venda de legumes, verduras e frutas, que sempre existiram desde milhares de anos e não conheço casos de pessoas que tenham ficado doentes por comprar estes produtos, pelo contrário. Porque por exemplo para cúmulo da estupidez, estes alimentos não estão cobertos por plásticos e celofame (que por ironia fazem muito mais mal à saude que alguns microorganismos).É obvio que estes mercados tradicionais que em geral vendem produtos mais ecológicos e de maior qualidade dos que se apresentam nos supermercados, têm de ter um minimo de higiene, mas para a ASAE parece que higiene é sinonimo de esterelização, o que é ridiculo. E se até algo que está na nossa historia pessoal e colectiva está a ser alvo de "ataques" por parte desta entidade, não sei até onde mais pode chegar este excesso de zelo da ASAE.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Timor: Uma sensação de Déjà Vu?

Mais uma vez, Timor nas bocas do Mundo e as razões disso não são as melhores de certo. Ramos Horta e Xanana Gusmão, as 2 maiores autoridades de Timor foram vítimas de dois atentados. Tudo indica que a acção concertada, conduzida por Alfredo Reinado e Gastão Salsinha, era uma tentativa de fuga para a frente por parte dos seus autores. Há quem ligue este acto à postura da Fretilin, que continua a não reconhecer legitimidade ao governo timorense. Custa a acreditar. Embora seja muito cedo para se tirarem conclusões, é para já uma situação lamentável e a condenar. Não se percebe como é possível levar a cabo actos destes havendo uma força militar internacional no terreno, activa, e a custar milhões à ONU. De acordo com o presidente do Parlamento timorense, que recentemente esteve em Lisboa, as forças internacionais nem sequer socorreram Ramos-Horta depois de este ter sido ferido. Foi ele próprio quem telefonou a pedir ajuda à GNR, que o levou para o hospital. Incrível. E porque são forças internacionais, nunca haverá nenhum apuramento de responsabilidades.
Mas existem algumas notas a apresentar:
Primeiro: parece efectivamente que a Fretilin tem razão sobre a legalidade na constituição expedita do governo. Ou seja, prevaleceu o somatório das minorias em detrimento de uma maioria, pese embora não ter sido absoluta!
Segundo: Os cowboys Reinado e Salsinha surgem aqui, de forma oportunista, para atrapalhar… E o Reinado pagou bem caro este descaramento!
Terceiro: Ramos Horta e Xanana Gusmão, têm que pensar que a estabilidade só se consegue “ganhando” também a população. Excluindo a apetecível exploração petrolífera, que projectos de vida terá aquele povo? Não bastará clamar pela presença da GNR para apagar fogos…
Quarto: ficamos com a ideia que paira a irresponsabilidade no ar, daqueles que deveriam gerir os destinos de Timor.

No meio disto tudo devemos louvar o trabalho da GNR no local, agindo de forma rapida, decidida e eficaz conseguindo travar o impeto dos atacantes. Mas curiosamente no seu país de origem, todos nós sabemos que normalmente eles agem exactamente da maneira oposta.. Como diria o saudoso Fernando Pessa, "E esta hein?"

Cepticismo, um Mito?

Cepticismo, uma palavra cada vez mais em voga nos dias de hoje, mas o que será realmente uma pessoa céptica?Não existe uma ideia comum do que é ao certo mas ao efectuar um estudo relativamente a este tema consegui tirar como conclusão que é difícil definir correctamente a palavra cepticismo, dado a enorme disparidade de opiniões e vertentes. Na minha opinião penso que o:

• Cepticismo não é uma filosofia completa.
• Cepticismo não é uma religião.
• Cepticismo não ensina que as pessoas precisam de ser 100% racionais.
• Cepticismo não é um estilo de vida.

Cepticismo na minha opnião é talvez uma maneira que nós encontramos de poder criticar algo, sem que com isso sejamos acusados de má fé ou de injustiça. Tornou se talvez num maneira de nos defendermos de ideias absurdas ou difíceis de compreender. Eu próprio me considero um céptico, por ter dificuldade em acreditar ou mesmo não acreditar em certas coisas, que provavelmente para a maioria das pessoas é perfeitamente natural e aceitável, como o caso de Deus ou mesmo do próprio Destino, coisas em que eu pessoalmente não acredito, precisamente por ter dificuldade em aceitar as componentes e características dessas duas “entidades” que são o Destino e Deus. Mas por eu próprio não acreditar nesses dois itens, não significa que não possuía uma mente aberta, não, apenas selecciono o que não acredito e o que acredito. Não critico tudo o me seja desconhecido ou estranho, mas sim apenas aquilo que considero realmente absurdo, prefiro acreditar em coisas que tenham explicação ciêntifica e válida ao invés de coisas que para serem explicadas tenham que recorrer a "truques", tais como milagres, entidades superiores e sobrenaturais. Por isso ao contrário de muitas opiniões que observei, talvez correndo o risco de se tornar um preconceito, um céptico pode ser um excelente psicólogo, por isso mesmo, por saber seleccionar o que considera absurdo e o que considera aceitável e através disso conseguir facilmente desenvolver uma solução para o problema encontrado.